quarta-feira, 11 de setembro de 2013

BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE ORQUÍDEAS


Seguem algumas sugestões que podem ajudar a aumentar o nível técnico na produção de sementes de orquídeas.
  • Não aplicar hormônio vegetal nas plantas a serem fecundadas. Isso desde a abertura da flor até a colheita da cápsula (principalmente hormônios que contenham Giberelina como é o caso do Stimulate). Nesse período, hormônios podem provocar aborto da cápsula, falsa maturação e ainda formação de sementes sem embrião.
  • Evitar molhar a cápsula para evitar a proliferação tópica de patógenos.
  • Tutorar a estrutura floral para auxiliar a boa formação da cápsula: espetar um palito no vaso da planta e amarrar o conjunto floral numa posição vertical ou inclinada num ângulo superior a 45 graus. 

  1. Isso permite que a cápsula seque rapidamente se for molhada.
  2. tutoramento impede que a cápsula se pendure e estrangule o pedúnculo floral, o que dificultaria o fluxo de seiva que nutre as sementes em formação.
  • A planta deve ser devidamente protegida do ataque de fungos, insetos, lesmas etc (fazer combate seguindo recomendação agronômica)
  • É desejável que logo apos o cruzamento se envolva a cápsula com saquinho de papel ou TNT -jamais use  saquinho plástico - (semelhantemente  ao que se faz com uva, goiaba etc). 
O saquinho permeável não impede a evapotranspiração e serve de barreira física ao acesso de insetos sugadores.Esses insetos se alimentam do líquido açucarado e viscoso que se forma no orifício feminino da flor. Nesse contato, ocorre a inoculação de patógenos - fungos ou bactérias - que podem penetrar até o interior da cápsula e inviabilizar as sementes para o cultivo in vitro. Esse tipo de contaminação tem sido uma das maiores causas de perdas de cruzamentos observada em laboratório. Isso porque na maioria dos casos as técnicas laboratoriais de descontaminação não são suficientes para eliminar totalmente esse tipo de infestação.  

A diferença entre conquista de grandes resultados e o comum  quase sempre vem em consequência de pequenos ajustes à 
metodologia praticada. 
Renato


foto extraída da internet publicada por J. P. Neves

sexta-feira, 22 de março de 2013

MILHO HÍBRIDO & ORQUÍDEA

O cruzamento de milho híbrido com orquídea pode ser muito promissor!

Calma, calma...
... cruzamento somente de informações sobre as de técnicas de melhoramento.

Todos já ouviram falar em milho híbrido!
Eles, quando bem cultivados, são muito vigorosos e produtivos.

Embora sejam conhecidos por híbridos, eles são chamados assim porque se comportam como se fossem híbridos. Na realidade não são. O entendimento de híbrido para um orquidófilo é diferente e correto no conceito. Hibrido é uma planta obtida de cruzamento entre gêneros ou espécies diferentes.Com o milho híbrido não é assim,o gênero e a espécie são os mesmos (Zea mays)!

O vigor desses falsos híbridos é semelhante ao vigor de híbridos verdadeiros. 
O efeito híbrido se consegue quando se tem duas linhas diferentes de plantas da mesma espécie (origem geográfica diferente) e se faz SELF (auto-polinização ) sucessivos delas até a terceira geração para se conseguir plantas com alto grau de pureza genética superior a 90%.
veja figura .

Quem vai trabalhar com melhoramento de plantas deve calcular que a maior pureza genética promove o declinio da qualidade da planta em vigor e arquitetura. No entanto, toda essa "perda"  de qualidade valerá a pena  no final. Nesse caso , primeiro é preciso piorar para melhorar depois.

Quando se tem linhagens quase puras em F2 ou F3 faz-se o cruzamento de uma linha com a outra para se conseguir o que se conhece como choque de heterose, ou vigor híbrido entre plantas da mesma espécie.

Assim, com o choque de heterose se consegue em cruzamento dentro da mesma espécie o vigor que se observa nas plantas híbridas verdadeiras.

Como isso é feito na prática.

  • Primeiro escolhe-se duas linhas de plantas não parentes.
  • Faz-se o cruzamento Self em cada uma delas até a 3a geração.
  • Selecionar sempre as melhores plantas obtidas em cada geração de cruzamentos self.
  • Por último faz-se o cruza de uma linha de self com a outra.
Não será necessário esperar até obter a geração F3 (homozigoto puro) para realizar os choques de heterose. À medida que o trabalho evolui, consegue-se plantas com choque de heterose intermediários também em F1  e F2  e tudo isso também é válido para as orquídeas.

Renato Moraes Abreu