domingo, 8 de julho de 2012

CUIDADO COM O PADRÃO IDEAL

Linda flor?
O que se vê na foto nada mais é que o resultado da expressão genética da planta.
Muito provavelmente, na natureza, num passado bastante próximo, os ancestrais dela não foram tão belos assim. 


A diferença entre essa e as gerações passadas, muitas vezes,  veio como resultado da intervenção de orquidófilos-melhoristas que realizam cruzamentos  sucessivos e elegem dai as plantas com os melhores fenótipos (melhor aparência). Essa ferramenta, embora imprescindível no processo, não deve ser a única.


Quando se quer apurar uma determinada característica de uma determinada planta, a homozigose aumenta. Isso porque  é comum repetir um dos progenitores no cruzamento seguinte. Em consequência disso a tendência é perder variabilidade genética e no mínimo qualidade na aparência. 

Sendo assim, para que uma qualidade da planta não vire mesmice e nem se deteriore com o aumento da homozigose, depois de algum tempo na apuração genética, faz-se necessário a reintrodução de novas características gênicas usando plantas com origem geográfica diferente.

Assim, no geral, o melhorista deve apurar, apurar , apurar, mas deve também variar. 
Afinal, todos perseguem um ideal, contudo nunca abrem mão das novidades.

OBS - 
Alterações na genética da planta é um artifício importante para quem faz cruzamentos, especialmente com espécies.
Pode ser realizado em laboratório que obtém plântulas via cultivo de meristema e manipulação de  cromossomos. O objetivo é acelerar o processo do melhoramento.

Então, a cultura de meristemas não serve apenas para produzir clones ... vai mais além. Exemplo:
  1. Uma planta com número de cromossomos impar e que seja infértil por essa razão,  pode, após clonagem, ser manipulada de tal forma a recuperar a fertilidade. (Esse é um procedimento simples de ser executado).
  2. A produção de plantas pentaplóides também é uma alternativa a mais para se obter plantas com qualidade diferenciada.
  3. Plantas haplóides (seria como encontrar uma mina de ouro) ainda são desconhecidas na orquidofilia. Isso porque a indústria da pesquisa só se interessa, de fato, por monoculturas com a expressão econômica do trigo, milho, batata, sorgo, cana e outras.


Cattleyas, walkerianas, melhoramento, orquídea, in vitro







quarta-feira, 4 de julho de 2012

ASPIRINA PARA ORQUÍDEAS?
É impressionante a capacidade intuitiva humana. O uso dessa habilidade é muito importante na construção do conhecimento científico. Por exemplo, quem teve a idéia de aplicar aspirina em plantas? Será que isso funciona para orquídeas também? - Quem quiser saber a resposta poderá experimentar: isso é ciência.
Falando em ciência, ela se constrói na base da observação. Nesse assunto de Aspirina & Orquídea, segundo testes realizados por Dot Henley*, a aplicação semanal de cerca de 250 mg de aspirina diluída e 4 litros de água  promoveu maior crescimento, e menor ataque de fungos nas plantas em seu orquidário. Pois bem, se achar que essa técnica poderá valer à pena, tente você mesmo algo parecido.
A aspirina nada mais é que o Ácido Acetil Salicílico (composto industrial), o mesmo princípio ativo dos comprimidos (AAS). Nas células vegetais o equivalente dele são os salicilatos.
As flores de corte sobrevivem mais e melhor quando se acrescenta um pouco de aspirina na água do vaso. Uma explicação para isso seria a alteração da acidez da água para uma faixa de Ph que dificulta a proliferação de bactérias e fungos e também na redução do estresse da planta por causa do corte. Enquanto a tendência nas células afetadas é aumentam a produção de etileno que acelera o envelhecimento e morte dos tecidos (senescência na linguagem agronômica)  o AAS inibe a síntese dele.
Como a aspirina pode contribuir com a orquídea? – Se os salicilatos na planta inibem a síntese de etileno, então é de se esperar que nas orquídeas a aplicação de doses corretas de AAS (substancia similar) também promova a redução dos seus efeitos e por isso as plantas tratadas sejam capazes de suportar melhor as condições adversas como o ataque de pragas ou variações bruscas de temperaturas, etc.
Veja bem, em primeiro lugar, no Brasil esse medicamento não está regulamentado no Ministério da Agricultura para esse fim, portanto não pode ser receitado para uso agronômico; segundo, nenhum medicamento deve ser empregado indiscriminadamente e a ainda, se as suas orquídeas não apresentam problemas de desenvolvimento porque usar químicas?
No entanto, se ainda achar por bem testar o efeito da aspirina em orquídea faça isso por sua própria conta e risco. Apenas como sugestão, para proteger suas plantas, siga o conselho de quem já teve experiência no assunto.
Embora ainda não tenha usado AAS em orquídea, o princípio tem fundamento fisiológico e possivelmente poderá funcionar. Quer saber a resposta?
Renato Moraes Abreu
Eng. Agrônomo, MS em Fitotecnia/ 27-9911 6530
labeloinvitro@gmail.com